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giulia tomazi

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Foto do escritorGiulia Tomazi Kny

3 (transformadoras) lições que eu aprendi com o livro "O Poder do Hábito"

Hoje mesmo terminei a leitura de O Poder do Hábito, escrito por Charles Duhigg, e posso dizer que valeu cada minuto de leitura. Não foi uma leitura contínua, de uma sentada só - muito menos rápida. Confesso que já vinha a alguns meses lendo vários trechos em sequência até sentir a necessidade de fazer pausas maiores, como se eu sentisse que o conteúdo era demasiado denso ou importante para ler em um momento em que não pudesse colocar 100% de minha concentração. Mas, completando a leitura, sinto que cada lição aprendida está clara em minha mente e pronta para ser aplicada em prática na minha vida.


Lição 1: Compreendendo o Ciclo do Hábito


Um dos conceitos principais do livro, e que eu vejo como revoluciónario, é entender que cada um dos hábitos que temos segue um um mesmo cliclo: deixa → rotina → recompensa. Por exemplo, o autor conta que todos os dias no trabalho, quando chegava na metade da tarde, ele ia até a cafeteria, comprava um cookie e conversava com os colegas enquanto comia. Por mais que tentava abandonar esse hábito, pois já estava ganhando alguns quilos a mais, era como se automaticamente sempre acabava fazendo o mesmo. E isso nos ensina que, para mudar um hábito, precisamos ententer cada parte de seu ciclo.


deixa, ou o gatilho, é aquilo que desencadeia um hábito: pode ser um certo horário do dia ou local específico, alguma ação que você acabou de fazer, um estado de humor ou mesmo uma outra pessoa. Nesse caso, após investigar, o autor descobriu que era o horário do dia, entre 15h e 16h, que desencadeava esse hábito. 

A rotina é justamente o que você faz habitualmente, nesse caso, ir até a cafeteria e comer o cookie. 


Já a recompensa refere-se a sensação que seu cérebro obtém com aquele hábito, algo que podemos nos dar conta conscientemente ou não. No exemplo, a recompensa era a sensação de animação após conversar com os amigos, o que dava um gás extra para completar a jornada de trabalho. 


Mas entender exatamente qual é a deixa e qual é a recompensa exige um olhar atento, e até mesmo um estudo com a aplicação de alguns testes em sua rotina por alguns dias. Por exemplo, o autor poderia ter descoberto que o gatilho era a fome, ou o tédio, ou algum convite de um amigo - mas, após testar essas hipóteses, descobriu que não. Ou ainda, poderia ter descoberto que a recompensa era o açúcar do cookie, a saciação da fome, a caminhada até a cafeteria - e, novamente, não foi assim.


Mas porque é tão importante assim bancar o cientista estudando a própria rotina? Porque eliminar um hábito ruim de nossa vida é muito, muito difícil. Já usar as mesmas deixas e recompensas que estamos acostumados para TRANSFORMAR um hábito ruim em um hábito bom, é muito mais fácil. Aí está a chave do nosso sucesso. 


Nesse caso, Charles usou a deixa do horário do meio da tarde para levantar e ir até a mesa de um colega conversar por 10 minutos, em vez de ir comer o cookie. Resultado: com o tempo, esse hábito trouxe a mesma recompensa: a interação social que precisava para reativar sua motivação. 


Usando um outro exemplo: pode ser que você tenha o hábito de sempre ficar mexendo no celular na cama antes de dormir e quer mudar isso, já que atrapalha muito o seu sono. Simplesmente parar com essa ação vai ser difícil, pois seu cérebro já está acostumado com esse momento que não requer muita concentração, embora na verdade seja uma superestimulação de informações. Tente nesse caso manter a mesma rotina mas, em vez de usar o celular, ler um livro ou uma revista nesse momento. Provável que, após alguns dias, seu cérebro obtenha a mesma recompensa que estava acostumado, mas, nesse caso, com um hábito que ao contrário de prejudicar seu sono, vai te ajudar a dormir muito melhor. 


Lição 2: Dê a devida importância às pequenas vitórias 


O autor também enfatiza muito a importância das "pequenas vitórias" nesse processo de mudança de hábitos. Mas, antes de tudo, a crença na nossa capacidade de realizar mudanças é o ponto de partida fundamental para o nosso sucesso a longo prazo. Uma vez que acreditamos verdadeiramente em nosso potencial, o próximo passo é celebrar e reconhecer até as nossas conquistas mais modestas, pois assim fortalecemos a nossa motivação e autoconfiança, o que torna muito mais provável que continuemos a progredir no caminho que nos propormos. 


Explico: cada uma dessas pequenas vitórias cria um ciclo positivo de reforço, e assim cada conquista nos capacita e prepara para enfrentar desafios maiores. E isso nos ensina sobre um caminho possível para progredir na direção dos nossos objetivos: em vez de nos sobrecarregarmos com metas exageradas e distantes, todas ao mesmo tempo, é muito mais efetivo concentrar-se em objetivos menores e mais próximos. Assim, depois de concluir cada passo menor (e celebrar cada um como se deve!), estaremos muito mais preparados e motivados para o próximo passo da jornada. 


Por exemplo, se eu quero começar a ter uma rotina matinal antes de sair para o trabalho, eu não posso pensar que de um dia para o outro eu vou passar a acordar as 5h da manhã, ir para a academia e na volta meditar, escrever em um diário, ler por 30 minutos, tomar café da manhã e deixar a casa em ordem antes de me arrumar cuidadosamente para ir trabalhar. A ideia é começar a implementar esses hábitos gradualmente, sempre reconhecendo nossas pequenas vitórias - pois é isso que nos dará a motivação para ir em busca de novos desafios, que por sua vez nos trarão a recompensa de mais celebrações. 


Lição 3: Transforme os momentos de crise em oportunidades


Por fim, "O Poder do Hábito" explora como crises e momentos de disrupção podem ser verdadeiros pontos de virada para mudanças positivas em nossa vida. E isso pode ser explicado porque, durante períodos de mudança abrupta, é como se nossos hábitos estivessem temporariamente suspensos, criando uma oportunidade única para reavaliar e reformular nossos comportamentos.


Vamos parar para pensar: um momento de crise não apenas nos força a sair da nossa zona de conforto, mas também é uma oportunidade para reconstruir nossa vida de acordo com novas prioridades. A chave é entender o potencial e adotar uma abordagem consciente e proativa nesses períodos, aproveitando a deixa para implementar hábitos bons de acordo com as novas deixas que a vida nos proporciona. 


Trazendo alguns exemplos: em meio a uma rotina de trabalho intensa pode parecer muito complicado adotar hábitos de alimentação mais saudáveis, mas um diagnóstico preocupante em um exame de saúde pode ser uma deixa para transformar essa área de sua vida com o comprometimento necessário. Assim como um período de dificuldade financeira pode ser o impulsor que precisava para terminar o curso que vai te proporcionar um crescimento profissional, e mesmo te fazer aproveitar de forma mais inteligente o seu tempo livre. Se soubermos aproveitar essas mudanças e transformá-las em hábitos duradouros, mesmo os momentos de crise se transformarão em oportunidades de crescimento e evolução. 



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